segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Como surgiu nosso grupo de Whatsapp.

Depois de uns dois meses após o termino não tinha com quem conversar e com quem desabafar, pois todas as pessoas com quem conversava me diziam que tudo que havia passado era uma besteira, que meu ex era um canalha e que blá blá blá. Tudo isso eu já sabia, mas não achava que era uma besteira, eu estava sofrendo de verdade e muito. Então resolvi digitar na pesquisa do Google alguma coisa igual: e quando termina? E quando o noivado acaba? Não lembro exatamente o que digitei, mas me levou para um post em um site de casamento. No post a administradora do site narrava uma história de uma moça que havia sido abandonada pelo noivo as vésperas do casamento. Me identifiquei muito com a história, mas me identifiquei mais ainda com os comentários, tinha inclusive o comentário de uma moça que contou que foi abandonada e que depois de dois anos encontrou o amor de sua vida e casou com direito a uma festa da maneira que ela sempre sonhou, já tinha filhos e vivia muito bem com o marido.

Em um dos comentários eu encontrei uma menina chamada Van, ex noiva também. Ela passava o e-mail dela para caso quiséssemos desabafar. Confesso que a princípio achei que era psicóloga, na época estava indo em uma psicologa boa, mas que não me identificava muito e não compreendia algumas coisas que ela queria que eu fizesse. Então resolvi enviar um e-mail para essa menina, a Van.

Mais tarde fiquei surpresa ao ser incluída em um grupo de Whatsapp chamado "Lindas e Guerreiras", onde tinham 10 meninas além de mim, com idades variadas e que moravam em várias partes do país (Rio de Janeiro, Goiânia, Recife, São Paulo capital, Marília, Belo Horizonte, Brasília, Natal e Campinas, etc.). O engraçado é que nesse grupo as meninas são de diferentes religiões e todas se entendem e dão força uma para as outras. Quando entrei no grupo estava na fase de negação e a maioria das meninas estavam em outras fases, então eu não enxergava muitas coisas que aconteceram comigo e confesso que foi por causa delas que comecei a abrir meus olhos. Elas me ajudaram muito. Nem sempre entendia o que elas falavam, cheguei muitas vezes a ficar chateada porque queria que não fosse verdade, mas no final acabei vendo todas as coisas que meu ex fez comigo.

Logo depois que eu entrei no grupo uma menina de São Paulo entrou também, um doce de pessoa. Ela estava na mesma fase que eu, de negação, e tínhamos pensamentos muito parecidos. Então ela optou por sair do grupo. A Van então teve a ideia  de criar um outro grupo "Lindas e Guerreiras 2" para que meninas que ainda estavam em outras fases, e não haviam superado algumas coisas ainda, pudessem compartilhar suas aflições e angustias. Eu também entrei nesse grupo e pude ajudar muito elas, assim como elas me ajudaram muito também.

Consegui encontrar muitas amigas nesses grupos, a menina que saiu do primeiro grupo se tornou muito minha amiga e já até fui visitá-la na casa dela, hoje sou amiga da mãe dela, que mesmo distante me ajuda muito com orações e atenção, são pessoas maravilhosas. A Van também me da super atenção, nos tornamos muito amigas, pois nossa história é muito parecida e nos apoiamos muito. Uma outra menina, a caçulinha que mora no RJ também é um amor de pessoa e muito minha amiga, sempre preocupada comigo, me da muita atenção e me ajuda muito. Também conheci uma menina de Goiânia, que amei conversar, me deu muitos conselhos. Ela é psicóloga e ajuda muito as meninas do grupo. Tem também a de Natal que sempre me da conselhos, a de Marília que orou muitas vezes comigo, a de Recife que é um amor, a de BH engraçada, a de São Paulo que da super dicas. Enfim, não tenho como descrever todos os anjos, pois é assim que defino todas elas, que Deus colocou em minha vida.

As meninas dos dois grupos são uns amores, cada uma com sua personalidade e cada uma com seu jeitinho, sempre me ajudando nos momentos mais diversos desse calvário que estou vivendo.

No grupo conversamos sobre tudo, a princípio era mais sobre nossos ex´s, mas com o tempo a maioria foi superando e passamos a conversar sobre tudo, os assuntos são sempre muito agradáveis. Damos conselhos e pedimos conselhos umas para as outras, dicas de maquiagem, de concurso, de viagens, de tudo. Metade do grupo já está namorando, uma casou com um rapaz que conheceu 5 meses após o término e quase um ano depois casou (ela disse que namoraria 6 meses e depois já queria casar. E deu certo! Rsss), somente uma voltou com o ex. Algumas ainda não superaram totalmente, mas acredito que isso tem que ser vivido um dia de cada vez, passando pelas fazes, já que cada pessoa é diferente da outra.

Durante uma dessas conversas do grupo que decidimos fazer um blog, para ajudar meninas que ainda estavam passando por fases que já havíamos superado, e assim deixar registrado tudo que vivemos. É verdade que com o passar do tempo não temos mais vontade de relembrar certas coisas que machucaram demais e com o blog todos os relatos ficariam ali, para quem quisesse ler.

Também ficamos surpresas com tantas meninas passando pela mesma história que a gente, não tínhamos noção de que isso era uma coisa comum de acontecer (um término as vésperas do casamento e algumas com anos de relacionamento). Teve até um caso de um rapaz que foi abandonado pela noiva, o que não é muito comum, mas também acontece.

Então, neste blog escreverei sobre vários assuntos que poderão ajudar todas essas pessoas que estão passando por término de relacionamento,  mas também postarei as histórias das meninas "Lindas e Guerreiras" assim que elas forem me mandando. Nem sempre os nomes serão reais, pois muitas não querem se identificar, outras não se importam, mas as histórias serão sempre do fundo do coração e da alma.

Espero muito poder ajudar!

Beijos e fiquem com Deus!






sábado, 27 de agosto de 2016

A importância de viver o luto.

Quando meu relacionamento terminou, eu já estava a um mês tentando entender tudo que estava acontecendo, pois meu ex tinha pedido um tempo e foi a primeira vez que isso tinha acontecido em 10 anos de relacionamento, então era uma coisa que eu não entendia muito bem. Isso me causou muitos problemas como depressão e síndrome do pânico (que vou falar mais tarde sobre isso).

Quando de fato meu ex terminou comigo, por telefone, um relacionamento de 10 anos (sendo 7 anos de namoro e 3 de noivado), eu fiquei muito mal, meu mundo desabou, eu não conseguia e não tinha vontade de fazer nada, porém minha família e principalmente minha mãe não entenderam. Eles achavam que eu tinha que melhorar do dia para a noite, demostrar que estava super feliz e que tinha superado tudo, isso em 3 dias após o término oficial. Aconteceram muitas coisas, pessoas que eu confiava me magoaram muito nesse período, por falta de informação. Acredito que as pessoas queriam me ajudar, mas agiram da pior forma possível justamente por não entender o que eu estava passando e que deveriam respeitar meu período de luto.

Conversando com minha psicóloga comecei a entender todo esse processo de luto pela perda de um relacionamento, luto por uma pessoa que ainda está viva. Li muito sobre isso, existem muitos artigos sobre esse tema na psicologia que vou passar no final do texto.

Quando você termina um relacionamento não é só o relacionamento em si que termina, muitas coisas morrem nesse processo e acabam matando uma parte de você também. No meu caso morreram vários sonhos como de me casar com vestido de noiva, ter meus filhos, minha casinha com meu marido. É verdade que ainda posso realizar esses sonhos com outra pessoa um dia, quem sabe, porém ninguém pensa nisso no momento em que acabou de acontecer o término. Muitas coisas morreram em mim, hoje sou uma pessoa muito diferente do que eu era.

Costumo dizer que no meu caso o luto pelo término do do meu relacionamento foi pior do que o luto pela morte de uma pessoa da minha família (e isso já ocorreu várias vezes em minha vida). Porque quando uma pessoa morre de fato você preserva a imagem e tudo de bom que viveu com a pessoa, a memória fica preservada. No caso da maioria dos términos de relacionamento ocorrem certas situações que magoam demais e que acabam por destruir tudo de bom, a imagem positiva que você construiu da pessoa. Isso machuca, pois você vive em constante conflito, a pessoa é o amor da sua vida ou seu pior inimigo?

Enfim, as fazes do luto são bem parecidas nos dois casos.

Segundo Freud (1917) o luto é, em geral, uma reação à perda de uma pessoa amada, ou à perda de abstrações colocadas em seu lugar, tais como a pátria, liberdade, idea, etc.

O luto é um processo doloroso e não deve ser interrompido ou impedido, não sendo considerado uma patologia. A perda do objeto amado é muito difícil no início, até que a pessoa se acostume à ausência e isso seja internalizado de forma gradativa.

Kubber Ross - (psiquiatra que nasceu na Suíça) que escreveu o livro "On Death and Dying" (Sobre a morte e o processo de morrer) - estudou o fenômeno da perda e pontua que as 5 fases do luto se enquadram para qualquer forma de perda pessoal catastrófica, sendo que qualquer mudança pessoal significativa poderá levar a estes estágios:


  • 1 fase - Negação e isolamento - são mecanismos de defesa do ego diante da sua dor. Surgem alguns sentimentos de negação e vitimização como: por que eu? Isso não é verdade! Dou um jeito, sempre passa! 
  • 2 fase - Raiva - surge da necessidade do ego sair da fase de isolamento e negação. Junto com a raiva surgem sentimentos de inveja, hostilidade quanto ao ambiente e as pessoas, revolta e ressentimento como: por que eu? Isso não é justo!
  • 3 fase - Negociação e Barganha - começa com tentativas de negociação com a emoção ou com o "culpado" pela situação, utilizando-se de promessas, pactos etc.. que ocorrem em segredo. Pensamentos como: "Vou tratar bem as pessoas e tudo ficará bem" ou "Vou pensar positivo e tudo se resolverá".
  • 4 fase - Depressão - tristeza, desolamento, culpa e medo são emoções comuns a esta fase. Sendo esta uma fase evolutiva, visto que agredir não adiantou, negar ou se revoltar utilizando barganhas, surge então o sentimento de grande perda: "Será que as coisas ficarão bem?" ou "Não consigo lidar com isso!". Me odeio, a culpa é minha!
  • 5 fase - Aceitação - não se trata de um estágio de felicidade, mas sim de um estágio no qual a pessoa busca modificar o sentimento de tristeza, aceitando a perda como algo natural e necessário a transformação, buscando a ajuda necessária para isso: "Posso mudar isso" ou "Vou melhorar a cada dia".
Não necessariamente esses processos ocorrem nesta ordem, eles podem se misturar e ir e vir em diversos momentos. Também não são todas as pessoas que passam por todos eles, alguns podem passar por todos e outros por menos, mas ao menos um será vivido.

Alguns sites relacionados ao tema:




Porque criei este blog...


Hoje, finalmente depois de quase um ano resolvi criar este blog, que servirá para ajudar muitas pessoas que como eu perderam o chão diante de um abandono.

No dia 19 de setembro de 2015 eu morri. Escrevo isso, porque foi assim que me senti e até hoje me sinto, como uma morta viva. Eu morri, pois percebi que todos os meus sonhos foram destruídos, foram arrancados sem que tivesse escolha nenhuma, sem que eu pudesse lutar.

Sou uma pessoa que sempre, desde criança acreditei em príncipe encantado, que iria me casar, que teria minha casinha, filhos, finais de semana com a família, viagens com a família, acompanhar o crescimento dos filhos até ficar velhinha ao lado de um companheiro, até o dia da nossa morte e quando isso acontecesse ter a certeza que um dia nos encontraríamos, em algum lugar, enfim sempre sonhei com o para sempre....

Desde a adolescência, quando comecei a estudar poetas do romantismo, sempre concordei com eles que morrer por amor não era nenhum sacrifício e sim uma coisa natural quando você encontrava o amor da sua vida. Não que eu seja uma pessoa pessimista, uma pessoa pra baixo, apenas achava que valia se doar por amor, porém eu morri por falta de amor da pessoa que mais amei na vida, que eu achava que era meu melhor amigo, que eu contei todos os meus sonhos, que eu apoiei e fiz coisas por ele que não faria por ninguém, enfim que amei mais que a mim mesma, pois durante o relacionamento desisti de vários outros sonhos para poder ficar ao lado dele e ter uma família.

Conheço várias outras meninas que passaram pela mesma situação que eu ou parecida. Nos conhecemos em outro blog (que não era especializado nisso), mas que ajudou muito e criamos um grupo de whatsapp. Conseguimos ajudar umas as outras, mesmo cada uma sendo de uma parte do país, demos apoio e força para recomeçar, mas com o tempo o grupo ficou pequeno para tantas ex noivas e surgiu a ideia do blog. Prometo que em uma outra postagem contarei mais sobre a nossa história.

Eu tive muita dificuldade para me recuperar e ainda não estou totalmente bem, mas sei que enquanto não criasse esse blog para ajudar as outras pessoas não conseguiria seguir em frente.

Bom, espero ajudar o maior número de pessoas daqui para frente.

Deixo meu e-mail nina.bgio@gmail.com para o caso de precisarem conversar, prometo que tentarei responder a todos os e-mails. Fiquem com Deus!